segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Luz no Fim do Túnel

Respirei fundo, segurei o ar, estabilizei as mãos, mirei meticulosamente e o alvo havia sucumbido. Matei-o. Matei não apenas o que havia sido e não mais seria, mas também o que para mim significava. Ao contrário de Zaratustra, matei a piedade em mim. Sabendo que não teria mais nenhuma oportunidade de redenção real como Fausto e Raskólnikov o tiveram. Assim o havia escolhido, e este era indubitavelmente meu único consolo; pois queria a soma de todas as possíveis experiências que um Homem pode obter. Como conseqüência, me suicidara conscientemente e seria apenas mais um vago homem vácuo nesse mundo, pauperizado de espírito, sucumbira ao espiral do inconcebível universo. Como a gota de chuva que cai sobre um lago eu também dissipei. O inexorável à vida é mesmo não desistir da luta, evoluindo em ciclos sem esquecer-se de quem e do que realmente amamos. Ao menos foi isso o que disse com voz amena aquela luz que me mandou de volta.

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