quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Filosofia Barata de Hum Pagão

Tanto a vida como um mero mortal me parecem inadjetiváveis. Pernicioso e inabalável me parece o tempo, que espreita e se revela sempre sem hora marcada. Cada grão de areia que sucumbe ao tempo dentro da ampulheta me assusta, e eu que achava não ter medo de nada. A morte realmente não se mostra tão assustadora quanto o trajeto até alcançá-la. Ela sempre irá sorrir para nós com candura. Ainda somos jovens, temos todo tempo do mundo... É exatamente isso, o que fazer com todo esse tempo. Seria o que seremos algo próximo ao que desejamos? Desejar é preciso. As expectativas não são cruéis ou vãs, cruel e vão é a nossa mente não se adaptar ao tempo, e as respostas que podemos dar em cada instante a suas perguntas. Desventuras e moinhos de vento clamam pela eternidade. Enquanto desejo algo que faça valer até a morte, e que traga beleza ao viver. O tic-tac recorda que a produção não está pronta, o nosso não é o mesmo tempo do relógio: angústia. Indivíduo é sinônimo de ser humano, e todos querem brilhar solos em céu nublado pelos seus próprios motivos: não é problema seu! O conflito entre a unidade e o todo. Mas tudo parece tão bem engendrado, engrenagem que toca engrenagem articulando a trama do destino, mantendo-se a custa de sorrisos e movida à combustão de lágrimas. O Leviatã, o moral e os cultos nos atormentam até quando estamos sonhando. Pensamos no passado e no futuro mal vivendo o presente. A marcha é sempre algo ditado e constante, enquanto a caminhada é livre. Podemos não ser o que pretendemos, transparecemos ou ocultamos. Somos sim o que pensamos, difícil é encontrar essência no emaranhado de pensamentos ou respostas no torpor das ruas. De qualquer forma não consigo parar de pensar que um instante ainda me parece muito pouco pra aproveitar e muito pra perder.