terça-feira, 5 de junho de 2012

A Ilha

Ao longo dos anos de 1940 havia na Ilha de Cuba um peso político considerável centralizado na figura de Fulgêncio Batista, que em 1952 promoveu um golpe de Estado e ascendeu ao cargo de mandatário do país frustrando as expectativas da oposição por mudanças através da via institucional. No ano seguinte a resistência representada pelo Movimento Revolucionário 26 de julho ataca o segundo maior forte do país, o quartel da Moncada, fato este que gerou repressões violentas por parte do governo central. O estudante de Direito Fidel Castro, que havia sido preso nos embates organiza sua defesa com enfoque político e não jurídico. Regendo sua própria defesa – intitulada “A história me absolverá” – ele é condenado à pena de morte. Com o crescente movimento em favor da anistia dos sobreviventes na insurreição da Moncada ele acaba por ser exilado no México; país este onde conheceria o militante argentino Ernesto Guevara advindo da Guatemala. Em 1956, compondo parte dos mais de oitenta militantes ambos os jovens vão a Cuba clandestinamente a bordo do navio Granma; sendo que eles e os demais sobreviventes do desembarque refugiaram-se na parte oriental da ilha, nas matas da Serra Maestra. Esses indivíduos organizaram-se através da estratégia do “foquismo” visando desestabilizar o governo da situação e acabaram por obter repercussão midiática. O grupo de guerrilheiros passa a absorver cada vez mais adeptos, na sua maioria camponeses que opunham-se ao regime de Fulgêncio Batista, e o movimento de contestação encabeçado pelo MR-26 passa a contar com apoio crescente entre parcelas da população cubana. No dia primeiro de janeiro de 1959 os insurgentes tomam a capital Havana, tendo na figura de Fidel Castro não apenas um membro vital do movimento de contestação, mas também sua maior liderança popular. A maioria da população haveria, contudo, de permanecer por décadas relativamente isolada na ilha.