segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Zé Povinho

Pegou o carro de seu amigo e foi em direção a sua parte preferida da cidade: o subúrbio. Estacionou o carro velho em frente a um bar, virou a pé em uma rua, e alguns lances de escada acima já estava em frente a um barraco estreito de alvenaria muito bem arrumado de três andares. Bateu palmas e ela apareceu sorrindo com o filho pequeno no colo. Pegaram o carro e foram em uma lanchonete. Pediu um x-tudo e uma cerveja, ela o acompanhou. Todos satisfeitos, eles deram uma volta de carro pela orla da praia e voltaram ao barraco. Ela colocou o garoto para dormir e saíram novamente. Embrenhou o carro em uma rua de terra e parou em frente a uma construção abandonada coberta de plantas. O carro era conhecido, ele também. O rapaz logo apareceu, pegou o dinheiro e deixou os papelotes. Ela lhe fez um sinal negativo com a cabeça, mas estava calor e ele tinha vontade. Uma vontade que não sumiria mesmo se estivesse frio. O carro saiu com certa dificuldade da rua de terra e logo em seguida estavam na via pavimentada na entrada de um motel. Ele era atencioso, bem apessoado e ela se sentia segura em sua compania. O corpo e a pele morena dela o acometiam de um desejo incontrolável. Fizeram amor apaixonado por horas, e em seguida ele a deixaria em casa antes do amanhecer. Antes que ela pudesse sair do carro, ele segurou seu braço firme e perguntou: você ainda prefere ficar com aquele maloqueiro do partido do que comigo que te levo em festas de boy? Ela o beijou e saiu do carro sem dizer nada.