segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Fora de Controle

Do lado de fora o movimento selvagem, mas não a vida, já se extinguia. O prédio encarava com aspereza a avenida e tudo o que passava por ela. Dentro dele, uma verdade em parte distinta dos mundos exteriores, algo que existia sob uma concepção mais funcionava sobre diferentes óticas. Um homem encorpado e taciturno com um distintivo preso a calça e uma fisionomia transtornada e exaurida entra novamente como um animal descontrolado dento da sala e parte para cima de outro homem de macacão laranja cujas mãos estavam algemadas. Ele é agredido cruelmente sem que os demais indivíduos presentes reajam. Finalmente o homem com distintivo aparente é contido por outros dois e grita inconformado com toda ira que pode emanar de seu ser:
- Porque, porque seu maldito vagabundo, porque resolveu se meter justo com minha irmã?
O homem atirado ao chão não esboçou nenhuma outra reação que gemer e tossir sangue. No momento em que o outro lhe agrediu novamente, lhe agarrou pelo pescoço e olhou no fundo de seus olhos este desviou o olhar, suspirou apaticamente e murmurou em baixo tom:
- Eu não queria machucá-la. A necessidade, a necessidade... Eu estava desesperado.

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