terça-feira, 13 de outubro de 2009

Ela

Clama dentro em mim o amargor do amor contrariado.
Não entendo porque,
Não posso tê-la comigo, se vejo
Em teus olhos, o desejo recíproco.

Porque foges de mim?
Se teus olhos furtivos,
Também me seguem, assim como
Os meus te desejam, onde quer que estejas.

Queria apenas poder sentir
Como na plenitude de um simples toque seu
O sabor de teus lábios, como sei
Que realmente gostaria que o fizesse ousadamente.

Na única vez que a viste,
Descomposta de tua armadura,
Me olhaste de canto,
E fechaste a porta.

O que temias, se a alvorada pensa em ti
Um beijo? Uma última dança?
Dê-me sua mão, e um breve momento
Fique comigo, até o sol raiar novamente.

Pois o sono não me alivia,
Daquele olhar selvagem e doce
Tão capaz de me emergir em poesia.
Queria apenas poder sentir intensamente, sem o mundo, um reeditado momento.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ela ainda te faz emergir poesia?