Muito queria
Poder soprar as palavras
Para que o vento as carregasse
Até o pé do seu ouvido
Mas palavras não alcançam
Seu reluzente âmago
Como gostaria que o fizessem
Um pobre mortal
Se tanto quanto ao vento
Vou e volto, sem alento
Aturdido permaneço
No reino das palavras
Porém meu coração
Sem artifícios dispara
Me carrega ao seu encontro
e nada mais
Se não posso dizer
O indescritível
Irei ao seu encontro
No planeta dos gestos em verdade
Sem subterfúgios
Exploro o ambiente inóspito
Em busca de uma flor
Que me rendesse seu sorriso
Sem temor e de súbito
Fiquei vencido, exilado em seu planeta
Pois me há despido por completo
Da minha pesada armadura
Você não me deve nada
Pelo contrário, devo a ti minha liberdade
Já que o palpitar sob minha pele
Rompeu até o metal vazio
Jamais pediria que se atirasse ao léu
Baseada nos fatos em preto e branco
Peço apenas uma chance
Se não for tarde demais
Me dê a sua mão
Quando, e se achar necessário
Não passe uma vida imaginando como poderia ter sido
Pular sem medir a altura do tombo
Não há nada nesse mundo
Comparável
A mergulhar fundo
No oceano de seus olhos
segunda-feira, 4 de julho de 2011
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